Sábado Resistente | Experiências de enfrentamento à pandemia e solidariedade social nos territórios desiguais
Com o tema “Experiências de enfrentamento à pandemia e solidariedade social nos territórios desiguais”, o Núcleo Memória realizou em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo no último dia 22 de agosto, mais uma edição dos Sábados Resistentes. Realizado em formato virtual devido à pandemia que continuamos enfrentando, o debate está disponível e pode ser visto por aqueles que não puderam assistir ao vivo, no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=PaN92L8ycKE .
Com duas horas de duração, a conversa teve as/os como convidadas/os Carmem Silva (coordenadora do Movimento dos Sem-Teto do Centro - MSTC); Reginaldo José Gonçalves (educador e coordenador do projeto De Olho na Quebrada, da União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região - UNAS); Benjamin Seroussi (diretor-executivo da Casa do Povo) e Mayara Vivian (coordenadora das frentes de ação – covid-19, da Casa do Povo); Nabil Bonduki (arquiteto e urbanista, professor universitário e ex-secretário municipal de Cultura na gestão Haddad).
Após a abertura inicial realizada por Ana Pato, coordenadora do Memorial da Resistência e Oswaldo de Oliveira Jr, diretor Financeiro e de Pesquisa do Núcleo Memória, os palestrantes falaram das ações que vêm realizando durante este difícil período de pandemia.
Carmem Silva falou sobre a criação da Casa Verbo e a importância de se trabalhar em rede. Para isso, organizaram o Comitê Popular de Combate ao Covid-19, centrando suas ações na disseminação de informações que possam orientar pessoas em situação de vulnerabilidade social bem como na arrecadação e distribuição de cestas básicas que até o momento já atenderam a mais de seis mil famílias, ou 30 mil pessoas.
Reginaldo Gonçalves elencou as ações realizadas em Heliópolis e o trabalho da UNAS, que atende mensalmente cerca de 10 mil pessoas. Dentro das estratégias traçadas pela organização está o conceito de Bairro Educador, que tem cinco princípios: autonomia, responsabilidade, solidariedade, tendo a educação e a escola como centro de liderança. No preparo para enfrentar a pandemia, foi realizada uma extensa pesquisa com a população local, que detectou que quanto menor a renda maior é o impacto que ela exerce. Por isso, a importância na mobilização.
Benjamin Seroussi e Mayara Vivian, à frente da instituição localizada no bairro do Bom Retiro, falaram sobre a difícil decisão de manter a Casa do Povo aberta, mesmo com a grande maioria dos espaços culturais da cidade de São Paulo fechados, mas que o intuito era o de ajudar as pessoas que vivem no território. Para isso, articularam o recebimento de doações e participam de uma rede de solidariedade para a distribuição do que arrecadam.
Nabil Bonduki trouxe uma síntese destas ações bem como de outras que tem acompanhado. Em sua fala, apontou onde o Estado tem funcionado, mas também onde ele não tem atuado, e sobre a necessidade do fortalecimento das entidades da sociedade civil para o enfrentamento tanto da pandemia bem como da crescente desigualdade social.
Em todas as falas pode-se notar uma coisa em comum: o trabalho solidário exercido se deve pela ausência de políticas do Estado e a necessidade da sociedade civil em se organizar para auxiliar no atendimento da população mais vulnerável na cidade de São Paulo.
Maiores informações sobre estas e outras ações podem ser encontradas nos sites: